sexta-feira, abril 30, 2004

Resultados

Se no campo desportivo, os resultados têm sido «branqueados» pela imprensa com arbitragens ou azares, no campo financeiro já não é bem assim. Sabe-se, (só) agora, que o Sporting é o clube com resultados líquidos mais negativo, nada mais nada menos que 27.311.000 de euros – «que reflecte prejuízo diário de 74.9825 euros».
Não é de estranhar, digo eu, para quem contrata jogadores como Ricardo, Mário Sérgio, Polga, Silva, Liedson ou Clayton e está a lutar ...pelo segundo lugar!

terça-feira, abril 27, 2004

Olhá multa!
Depois da polémica criada aquando do jogo com o FC Porto, o Sporting volta a fazer o mesmo para o jogo frente ao Benfica, ou seja apenas disponibiliza 1.700 ingressos aos adeptos do «rival». De resto, é pagar a respectiva multa à Liga por não ter mais bilhetes...
Diga-se que, conforme foi anunciado, haveria bilhetes para os não sócios entre 25 e 85 euros, mas na realidade só há entre 45 e 85! O resto voou há uma semana, argumentam!
O Paços e o Euro-2004
«Há muito tempo, em conversa de amigos, disseram-me que não vai descer qualquer equipa que tem um estádio do Euro-2004.» Estas foram as palavras do «bravo» treinador do Paços de Ferreira, José Mota, no final da partida frente à Académica. Pois bem, Estrela e o próprio Paços - só posso estar congratulado por deixar de ver essa equipa da capital do móvel - já estão na Honra e, agora, quem falta: Académica, Belenenses, V. Guimarães ou Alverca? Aposto nestes últimos!

domingo, abril 25, 2004

Parabéns ao FCP

... e pronto, o FCP é campeão! Parabéns!

Sinceramente, a coisa foi de tal forma 'limpinha' e merecida que acho que nem vale a pena estar aqui a argumentar o que quer que seja, ou à procura de mais adjectivos para classificar o percurso deste FCP «à Mourinho».

Por isso, e por agora, fico-me pelos parabéns...

terça-feira, abril 20, 2004

Colocado, então, o ponto final no capítulo «Paixão», invadem-me, agora, uma série de dúvidas, suscitadas pela pomposamente denominada «Operação Apito Dourado»...

Começando precisamente pelo capítulo que o Lcalvo focou, à laia de mote para discorrermos aqui um pouco sobre a matéria, não deixa de parecer estranho que todo este aparato, com detenções, buscas domiciliárias e buscas a organizações desportivas, seja motivado apenas pelo alegado «tráfico de influências» em redor do sector da arbitragem.

De facto... «só» tráfico de influências?! A não ser que eu não perceba bem estes conceitos que servem de base às actuações da Polícia Judiciária, querem lá ver que, afinal de contas, não temos mesmo corrupção a sério no futebol português?...

Outra coisa... porquê só o Valentim Loureiro e porquê só por causa do Gondomar?! E porquê só o presidente do Conselho de Arbitragem da FPF metido ao barulho? Não existirá, também, «tráfico de influências» nas competições profissionais? Então e as dúvidas que se levantam sobre os observadores de árbitros que são padrinhos dos filhos de presidentes de clubes? E os árbitros que são afilhados de dirigentes? E os presentes dados aos árbitros? E as viagens pagas aos árbitros? E os árbitros que recebiam os seus prémios de jogo no Algarve (belos tempos, belos tempos...) em electrodomésticos para não dar muito nas vistas?!... Querem lá ver que, dado o apito inicial neste jogo contra o famigerado «sistema», não vamos passar do caso Gondomar?...

Só para encerrar... um dos nomes que já veio à baila no meio de toda esta nojice, foi o do ex-árbitro Azevedo Duarte. Provavelmente, para quem se lembra dos saudosos (ironia... montes dela!) tempos em que a arbitragem lusa estava recheada de talentos tão duvidosos como Rosa Santos, Carlos Valente, Alder Dante ou Francisco Silva, o nome deste senhor de Braga não deve soar a estranho...

Estranho é, sem dúvida, que o nome deste senhor surja ligado a um processo de «tráfico de influências» cerca de 15 anos depois de ter abandonado o activo. E depois... bem depois... temos forçosamente de dedicar-nos a um exercício que não deixa de ser engraçado: quem eram os dirigentes desses tempos (anos 80) que ainda continuam no activo? Assim de repente, vêm-me alguns nomes à cabeça: Pinto da Costa, Pimenta Machado, Valentim Loureiro, Adriano Pinto, Reinaldo Teles, Pinto de Sousa. Conclusão: alguém ainda tem dúvidas sobre onde reside o mal do nosso futebol?!?!
Só para que fique claro, em relação ao meu último «post»:

- quando escrevi o que escrevi sobre o Bruno Paixão e respectiva actuação no recente Boavista-Sporting, não estava a fazê-lo com intenção de alimentar discussões sobre o «sistema» ou com o intuito de encontrar inúteis subterfúgios para justificar a perda de pontos do Sporting no Bessa;

- muito menos era minha intenção estar a «voltar-me para os lados da Luz» no rol de críticas que teci. Aliás, tanto não era minha intenção que creio não ter feito qualquer comparação com o Benfica. Tal como não fiz com o FC Porto;

- Não costumo entrar, porque não é minha política, nos complexos meandros das contabilidades clubísticas feitas à luz dos erros de arbitragem. Os árbitros erram em quase todos os jogos e, geralmente, em grande percentagem fazem-no a favor dos «grandes». Há anos em que um clube pode ser ligeiramente mais beneficiado que outro, mas creio que, ultrapassados os famosos anos 80 do FCP – em que se fazia tudo à descarada –, actualmente só em casos pontuais se poderá dizer que este ou aquele erro de arbitragem teve influência decisiva no título;

- Assim sendo, espero que fique claro que não era meu objectivo vir para aqui esgrimir argumentos sobre esses factores ou atirar pedras para os telhados de vidro que todos têm. Limitei-me a constatar uma situação do mais medonho com que me deparei nos últimos anos, sem o fazer à luz da luta pela liderança ou pelo 2.º ou 3.º lugar;

- porreiro para o FC Porto se conseguiu, após a injusta expulsão de Deco, também no Bessa, gerir a vantagem (1-0) que tinha até final. O Sporting não o conseguiu e perdeu por 2-1 nos últimos minutos. Isso em nada altera o facto de a actuação de Bruno Paixão ter sido vergonhosa, com clara influência no resultado final, prejudicando uma equipa que, até ao lance em causa, dominava claramente o jogo ante um adversário que não encontrava forma – sequer – de incomodar o Ricardo, quanto mais de marcar-lhe golos;

- o que me leva a reiterar a conclusão: o Sporting foi claramente prejudicado e, pior de tudo, prejudicado de forma alarve, prepotente, quase com requintes de malvadez, por um árbitro para o qual, perdoem-me a incapacidade para vê-lo de outra forma, só consigo olhar com desconfiança, por me parecer sempre que erra com intenções e propósitos bem definidos à partida. Isso é que eu acho escandaloso... porque toda a gente vê que ele não tem condições para exercer a função que exerce mas os responsáveis pelo sector teimam em continuar a gozar com os adeptos;

- E nem de propósito... o Valentim Loureiro acaba de ser detido pela PJ para ser ouvido no âmbito de um processo de tráfico de influências no sector da arbitragem. Segundo consta, a «operação Apito Dourado» terá apenas a ver com a II Divisão B, nomeadamente com a equipa do Gondomar. É pena que continue a pairar esta sensação da falta de coragem das autoridades para levar a coisa mais fundo. Ou também querem que acredite que se o Valentim alguma vez ‘trafulhou’ no futebol só o fez pelo Gondomar?!?!

segunda-feira, abril 19, 2004

Regressos...

... e sensivelmente um mês depois de me ter sentado pela última vez nesta bancada, eis-me de volta. Impressionante, como o Bruno Paixão conseguiu despertar em mim a necessidade de aqui voltar para despejar algumas das frustrações com que um mero adepto fica depois de assistir a coisas que custam a adjectivar.

Gostava que percebessem que não é minha intenção vir agora para aqui desfiar um rol de lamentações, daquelas que invariavelmente acabam por ter como denominador comum a treta do «clube coitadinho» que só não ganhou tudo o que havia para ganhar porque os árbitros ou o «sistema» não lho permitiram.

Não! Tenho-me por uma pessoa minimamente ponderada e acho que consigo avaliar com algum discernimento a realidade das coisas, nomeadamente jogos em que o Sporting teve a sorte de os árbitros errarem a seu favor ou o azar de ver o contrário acontecer. Mas quando as coisas se situam nesse patamar – da sorte ou do azar nas boas ou más avaliações que os árbitros fazem dos lances – um gajo tem de se limitar a aceitar as situações com maior ou menor desportivismo.

O pior é quando acontecem situações como aquela a que assisti no último fim-de-semana, no Estádio do Bessa. Até dou de barato que o árbitro possa não ter visto o penalty sobre o Liedson. Até aceito que o fiscal-de-linha, prejudicado pela rapidez do lance, tenha de facto pensado sem má fé que o Liedson partira em fora de jogo num lance em que ele arranca ainda no seu meio campo e em clara situação soberana para fazer o 2-0. Até considero natural que ele tenha expulsado o Barbosa por aquela atitude já perto do fim... pá, aceito tudo isso, tal como aceito que o lance do golo do Liedson pudesse ter sido anulado... Mas é a tal coisa... são lances em que, por muito que me custe, procuro sempre pensar que «o árbitro é humano e pode enganar-se».

Mas depois... Bom, depois existem aquelas «coisas» que não consigo assimilar, por mais que tente. E creio não ser por falta de inteligência. A expulsão do Rui Jorge será, seguramente, um daqueles enigmas que se arrastarão por tempos indeterminados nos «x-files» do futebol português. Pensava eu já ter visto de tudo – até um porco a andar de bicicleta, como dizia o outro – mas o Bruno Paixão fez questão de me provar que eu estava redondamente enganado: não, nunca tinha visto um jogador ser expulso em sete minutos, na sequência da amostragem de dois cartões amarelos injustos. Sim!, unanimemente considerados injustos, na medida em que em ambos os lances admoestados com o cartão amarelo, o Rui Jorge jogou sempre a bola antes de fazer qualquer falta... na zona intermediária, sublinhe-se...

Como se explica uma situação destas? Custa-me a encontrar a resposta... Provavelmente, se entrasse pela teoria do «sistema», acabava por enredar-me numa teia da qual não conseguiria sair com uma única ideia válida, tamanho é o pântano da suspeição, intriga e maledicência em que o nosso futebol está mergulhado. Resta-me, por isso, aceitar como válido o facto de o árbitro em causa ser medíocre e não honrar as insígnias da FIFA que – vá-se lá saber com que critérios – lhe foram entregues.

O pior é concluir, depois disso, que o futebol português está de tal forma entregue aos bichos que dentro de três ou quatro semanas já ninguém se lembrará desta vergonha e que o mesmo senhor continuará passear-se por esses relvados fora de apito na boca, incólume às asneiras que vai acumulando, com o devido compadrio de quem ocupa posições hierarquicamente superiores nestas coisas do triste futebol lusitano.

Entretanto, e como não poderia deixar de ser, assuntos que mereceriam uma maior ponderação e, inclusive, a origem de um debate mais sério sobre as coisas indescritíveis que se passam nas barbas dos adeptos, rapidamente surgem por aí alguns atentados à inteligência das pessoas, assinados – valha-nos Deus – por jornalistas desportivas de índole pouco mais do que duvidosa.

É o caso de um «post» colocado no blog «Bola na Área» por um tal de Sérgio Krithinas – personagem que escreve umas coisinhas sobre desporto no 24 Horas – que parece disposto a assumir da forma mais convicta possível o seu estatuto de pseudo-deficiente mental. Aproveita este senhor o espaço cibernético que tem para não só lançar a dúvida sobre o carácter de Fernando Santos por ter criticado Bruno Paixão, como também para sugerir que o Sporting não terá perdido o jogo do Bessa por causa do árbitro mas sim por causa das más intervenções do guarda-redes Ricardo...

Sinceramente, o que mais me irrita no meio de tudo isto é não conseguir abstrair-me do facto de este «selvagem» ganhar a vida a fazer jornalismo desportivo. Bem sei que vivemos em democracia e, consequentemente, por mais ridículas que sejam as opiniões dos outros, temos de aceitá-las como legítimas. O que não invalida que eu também tenha o direito de considerar quem produz afirmações deste tipo não está apto para exercer a função que exerce, por perceber tanto de futebol como eu percebo de agro-pecuária.